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2020: um ano atípico. Entre desafios e oportunidades, o que ele nos deixou de lição?


Certamente 2020 ficará para história. Um ano onde todos nós tivemos inúmeras oportunidades de aprender algo novo, de se reinventar, de se adaptar, tornando nossas atividades diárias e negócios cada vez mais perto das pessoas e/ou clientes no mundo virtual, ao passo que a cada dia durante a pandemia estávamos mais longe fisicamente. Foi um grande desafio, mas também foi uma oportunidade incrível para que muita gente e muitas empresas adiantassem seus planos de transformação digital.


Não havia mais como ficarmos longe deste mundo digital, a pandemia somente acelerou este processo para a grande maioria das pessoas e empresas. Para o mundo do transporte de cargas houve grandes mudanças oriundas do aumento expressivo do e-commerce, muitas empresas surfaram a onda desta economia pujante e cresceram durante a pandemia, e muitas viram seus negócios minguarem e/ou sofrerem grandes quedas de volume de carga e faturamento. Faz parte, o mundo dos negócios é assim. Fato é que, aqueles que foram mais rápidos e já tinham uma gestão flexível e adaptável a mudanças, saíram na frente e tiveram impactos nulos ou minimizados. E assim será daqui pra frente, neste mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) em que vivemos. A velocidade, a adaptabilidade, a persistência, aliados a um propósito, serão peças chaves para o sucesso e para sobrevivência sustentável.


Somente reclamar não é mais um caminho seguro, é preciso movimentar-se, sair em busca de uma solução. Se ela não está perto, alie-se a outros que tem os mesmos objetivos. Nunca fez tanto sentido o jargão “a união faz a força”. No nosso meio do TRC, percebo um movimento muito sadio neste sentido, já que muitas empresas se associaram ao SETCESP, entidade da qual tenho prazer e um orgulho imenso de fazer parte, visto que, mesmo diante de um ano difícil em termos financeiros, onde fomos impedidos de executar a programação das inúmeras de nossas atividades presenciais, tivemos a inserção de inúmeros novos associados, assim como a grata surpresa da reativação de ex-associados que estavam afastados das atividades sindicais patronais. Sim, um ano para comemorarmos, e muito. A decisão de continuarmos a montar uma equipe comercial durante a pandemia deu muito certo e hoje estamos colhendo os frutos. Recebemos muitos elogios dos transportadores, já que nos propusemos a inovar e ir até eles, primeiro, virtualmente, através das inúmeras LIVES que fizemos logo no início do distanciamento social e depois, aos poucos, através de visitas presenciais, prática incomum neste tipo de atividade sindical.


É certo que ainda temos que enfrentar muitos desafios em 2021, razão pela qual tivemos diversas rodadas de reuniões para aprovação do nosso orçamento, mas com muito pé no chão, muita seriedade e, principalmente, transparência, chegamos a um objetivo sustentável. Conservador é claro, mas ao mesmo tempo ousado em termos comerciais, porque nossa intenção e nosso propósito é tornar o negócio do nosso cliente mais rentável, através da força de nossos associados, da especialidade do nosso corpo técnico e da qualidade de prestação dos nossos serviços.


O que foi mais salutar, a meu ver, foi a aplicação, mesmo que inicial e ainda cheia de ajustes a serem feitos, de uma gestão interna participativa. Sempre acreditei neste modelo de gestão, que para mim é muito óbvio. Para isso, aproveitei a oportunidade do home office e li diversos livros a respeito durante a pandemia, para aprimorar meus conceitos e conhecer alguns exemplos daquilo que eu sempre acreditei. E tem dado muito certo. Envolver as pessoas na gestão dos negócios é simplesmente sensacional, gratificante e necessário.


Todos juntos, no mesmo sentido, sabendo do que está acontecendo, com total abertura para dar sugestões, opiniões e para eventualmente cometerem “erros”, que fazem parte de qualquer processo de aprendizagem e evolução. Obviamente que todos erros são monitorados, com supervisão e em atividades que não apresentam risco financeiro para a organização. Ainda, ter uma equipe de gestão unida, coesa, diversa e lastreada em confiança e liberdade de expressão é essencial.


Por isso, acredito que 2020 foi mesmo um ano complexo, mas posso afirmar que nosso saldo foi muito positivo, e não digo isso em termos financeiros, porque de fato poderia ter sido melhor, mas em termos de engajamento, de motivação e de superação. Para uma entidade de classe patronal, mesmo após a reforma trabalhista e o fim da contribuição obrigatória (imposto sindical), podemos dizer sim que nós somos vencedores e estamos crescendo de forma sustentável. Mais gratificante ainda é que os transportadores que estão se juntando a nós estão percebendo claramente que nosso modelo é diferenciado, pois entregamos serviços de muita qualidade e especialidade, além de propiciar que o TRC esteja muito bem representado junto ao governo, aos órgãos reguladores e demais entidades que afetam nossa atividade, através de uma atuação forte, constante e prévia, a fim de prevenir e resguardar nossos representados de autuações e dificuldades jurídico-operacionais.


Espero que o transportador decida sabiamente, dentre as inúmeras decisões que deve tomar para 2021, a estar mais perto de sua entidade de classe, para fortalecê-la e torná-la seu centro de apoio, crescimento, aprendizagem, inovação, networking, troca de experiências etc, porque isso só se alcança em conjunto, com união e propósito. Distanciamento, só se for de coisas ruins, porque o que se busca aqui é uma total e sincera aproximação, mesmo que seja de modo virtual, como aprendemos ser plenamente possível em 2020. Basta querer.


Enfim, podemos dizer: que ano sensacional, de muito trabalho, adversidades e muita aprendizagem. Evoluímos e está na hora de agradecer: Obrigada 2020. Que venha 2021, pois nós estamos preparados e cheios de confiança.

Ana Jarrouge, Presidente Executiva do SETCESP

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