De acordo com estudos do SEBRAE e IBGE, as empresas familiares geram 65% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, empregam 75% da força de trabalho, e representam 90% dos empreendimentos no Brasil. Porém, cerca de 70% delas encerram suas atividades após a morte do fundador.
Os números são impactantes e nos fazem refletir sobre a importância das empresas familiares na economia brasileira, mas o que é necessário para que a organização perpetue por diferentes gerações e obtenha sucesso mesmo após o falecimento do fundador?
Esse tema foi abordado em um treinamento que fiz em 2019 através do programa “Family Business” do SEST SENAT e HSM com John Davis, líder do programa de educação executiva “Families in Business” e considerado a maior autoridade mundial em gestão de empresas familiares.
De acordo com as orientações apresentadas no programa, para obter um alto desempenho sustentável e, com isso, se manter competitivo, duradoura e obter sucesso, a família empresária precisa dedicar seus esforços em quatro pilares fundamentais:
1. Ser uma família unida, trabalhadora e colaborativa – Nada mais é do que a união em torno de um mesmo objetivo, propósito e valores da organização. A família molda o ritmo e as ações de seu negócio e para isso, ela precisa mostrar trabalho, profissionalismo e ter o diálogo como instrumento para alinhar possíveis pontos de desconforto que podem surgir durante os processos. O orgulho e o legado serão pilares para o sucesso dessa organização.
2. Desenvolver proprietários e gestores leais e competentes – Características imprescindíveis no sucesso de qualquer negócio atualmente, o proprietário precisa tomar decisões leais aos seus objetivos, propósitos e valores, mantendo-se ativo nas ações da empresa, valorizando a qualidade que cada profissional demonstra durante o processo e assumir riscos de forma prudente.
3. Manter uma Gestão e organização competentes e alinhadas – Para manter uma organização competente e alinhada, a empresa precisa manter a ética, lealdade e coragem, além disso, é preciso que a organização saiba desenvolver seus talentos internos e saiba recrutar talentos externos, criando oportunidades de crescimentos e designando cargos fundamentais para profissionais dedicados e talentosos, sejam eles familiares e não familiares. O proprietário precisa demonstrar a todos que o trabalho feito é sério e leal com os profissionais que ali trabalham, para manter uma organização unida e com propósitos alinhados.
4. Ser uma empresa de alto desempenho – Nesse pilar, a empresa deve ter foco na excelência, ética e no controle familiar, além de manter uma gestão financeira conservadora, com balanços patrimoniais sólidos e orientação de capital persistente de longo prazo. Assim, a organização será capaz de construir valor e lealdade com os acionistas, determinar melhorias constantes, aproveitar oportunidades que surgirem e manter um desempenho alto e duradouro.
O desafio das empresas está no esforço e competência da família para criar laços profissionais fortes e lidar com a circunstâncias que surgirem. É importante destacar que independentemente de ser uma organização de origem familiar, o profissionalismo será obrigatório para que a empresa possa perpetuar por diferentes gerações.
Joyce Bessa, Head de Gestão Estratégica Finanças & Pessoas na TransJordano
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