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Como é ser uma mulher motorista no Brasil?


O transporte de cargas ainda é um setor notadamente masculinizado. Porém, como venho mostrando nas minhas redes sociais, esse cenário vem mudando nos últimos anos e cada dia mais, mesmo que de forma ainda tímida, as mulheres vêm ocupando seus espaços dentro deste segmento tão importante para a economia brasileira.


De acordo com um levantamento da empresa de consultoria norte-americana McKinsey, ter mulheres em cargos de liderança pode aumentar a rentabilidade de uma empresa em até 50%. Nosso trabalho na COMJOVEM, onde atuo como vice-coordenadora nacional, reflete isto. Um terço de todos os núcleos são coordenados diretamente por mulheres, enquanto a maioria conta conosco nos cargos de vice coordenação.


Mas tão importante quanto a participação das mulheres em cargos de liderança, é a presença feminina na linha de frente do transporte rodoviário de cargas. Hoje elas estão por toda a parte, seja nos gerenciamentos de RH, nos cargos operacionais e até mesmo nos caminhões.


Ser motorista profissional no Brasil ainda é um grande desafio, e para entender um pouco mais sobre os desafios da profissão, conversei com Sandra, uma das motoristas da TransJordano.


Sandra entrou nessa área para seguir as raízes da família, antes de atuar como motorista de caminhão, atuou como motorista de Ambulância, circular e canavieira. “Atualmente me sinto a pessoa mais feliz do mundo, pois amo o que faço”, afirma a profissional.


Porém, neste caminho nem tudo são flores, e a motorista me contou que já passou por diversos tipos de discriminação. “Mas sempre coloquei as pessoas em seu devido lugar, sei respeitar e também sei cobrar respeito a mim”.


De acordo com profissional, os principais desafios de ser uma motorista no Brasil estão relacionados a infraestrutura. Ela me contou que os postos não têm banheiros adequados e locais seguros para as mulheres e isso dificulta o trajeto. Além disso, a mulher motorista ainda precisa se provar muito durante seu trabalho, o que segundo ela, são pontos que consegue relevar.


Infelizmente, a infraestrutura nos postos de paradas brasileiros é extremamente ineficiente e aqui na TransJordano, sempre que podemos, falamos sobre o assunto. Precisamos e devemos ter locais seguros tanto para homens, quanto para mulheres, pois o número de motoristas do sexo feminino tem aumentado e para que as empresas façam as contratações dessas profissionais, uma estrutura adequada precisa existir.


Enquanto isso, seguimos fazendo um trabalho interno, educando nossos motoristas e criando espaço para que cada vez mais mulheres possam fazer parte do nosso time, seja nas posições de liderança ou nas áreas operacionais. Acreditamos que existe espaço para ambos os gêneros, em qualquer função e por isso seguiremos trabalhando em prol da equidade dentro do nosso segmento.


Joyce Bessa, Head de Gestão Estratégica, Finanças & Pessoas na TransJordano Ltda.


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