Para quem, como eu e meus inúmeros amigos da COMJOVEM, já vivenciaram ou lidam diariamente com os desafios de trabalhar em empresas familiares, qualquer leitura sobre o tema, sempre ajuda muito, nos traz novos conhecimentos e novas perspectivas, que podem fazer diferença em nosso dia a dia.
Este livro, super novo, publicado neste ano, traz visão diferente, visto que nos faz refletir sobre como devemos inserir um modelo de governança corporativa numa empresa familiar.
Primeiro, ela contextualiza a temática e fez diversas referências históricas muito interessantes.
Trata da importância da governança para todas empresa em geral nos dias atuais e como isso amadureceu no tempo e também da dificuldade de encontrar uma liderança que seja de fato “valiosa” para as empresas, já que poucas pessoas estão realmente dispostas a enfrentar os desconfortos advindos da função de líder, devido ao medo de fracassar, errar, de se expor, de se entregar, de se tornar vulnerável, etc.
Ela trata ainda do papel das mulheres na liderança, e da baixa participação das mesmas no grupo de executivos do alto escalão das empresas, como Diretorias, Presidência, assim como nos conselhos de administração.
Pondera que, muitas vezes, devido ao medo e ansiedade das famílias empresárias em relação ao futuro da própria família e dos negócios, podem levar à busca de soluções mágicas e pacotes prontos e isto é um perigo. Para evitar isto, ela indica algumas técnicas que podem ajudar as empresas familiares a implantar uma governança familiar, respeitando a cultura e os valores de cada família e o modelo de cada negócio. Objetivo é criar um ambiente de condições adequadas e assegurar que todos familiares ligados ao negócio sejam ouvidos e que haja espaço para a experimentação sempre, sem preconceitos, sem julgamentos, sem medo, especialmente porque sempre lidamos com diferentes gerações nas empresas familiares e o respeito à diversidade é extremamente importante e saudável para a perenidade dos negócios.
Por fim, pela leitura super atual e pela minha experiência, darei aqui 5 dias para as empresas familiares:
1. A implantação de uma governança corporativa nos dias atuais não é só recomendável, mas é mandatória, faz bem ao negócio e à família: ACREDITE!
2. A ajuda externa é essencial, mas pesquise bastante, e não acredite em milagres e em modelos prontos. Procure conversar com clientes que já contrataram o serviço da consultoria que você escolheu, para ter certeza de que a mesma respeita as condições e peculiaridades da sua empresa e da sua família.
3. Uma boa comunicação é a chave para qualquer projeto desta natureza, não faça se não houver disposição verdadeira e sincera para que isso ocorra de fato.
4. Transparência do começo ao fim. Todos devem saber de todos os passos, da decisão, da construção do projeto, da implantação. O projeto não é de uma pessoa, mas da família empresária e isso envolve membros participantes e não participantes na gestão do negócio, porque de certo modo, todos influenciam, direta ou indiretamente.
5. É essencial respeitar as individualidades, os papéis e as habilidades de cada membro da família, isso implica identificar o que cada um tem de melhor e colocar cada um no papel que lhe seja mais adequado, fora ou dentro do negócio, no conselho de administração ou no conselho de família.
Ana Jarrouge, Presidente Executiva da SETCESP
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