No último dia 14, o governo encaminhou à Secretaria de Assuntos Jurídicos, a primeira versão do projeto de lei que pretende realizar a privatização dos Correios em 2021. Iniciando nesse artigo, começaremos uma série de publicações que falarão sobre como esse movimento pode acontecer, possíveis modelos de privatização e quais serão os impactos para o mercado de entregas brasileiro. Neste primeiro momento, a ideia é dar um panorama geral sobre os correios e o porquê a privatização pode ser um ponto importante para todo o TRC brasileiro.
Os correios são a maior empresa especializada em transporte e logística do país e possuem uma função de integração nacional que permite o desenvolvimento dos interiores do Brasil. Atualmente a estatal é responsável por realizar aproximadamente 5 bilhões de entregas por ano, possuem um faturamento de R$ 20 bilhões e contam com cerca de 105 mil empregados. Ou seja, os correios são uma mega empresa, com alcance absurdo e potencial gigante que ainda deve ser explorado.
Porém, nos últimos quinze anos, a estatal vem sofrendo com inúmeros problemas e constantemente tem seu nome atrelado a escândalos de corrupção e ingerência política. Além disso, os correios vivem constantemente com problemas de greves. Nos últimos nove anos, foram 9 paralizações, com a última acontecendo entre julho e agosto deste ano.
O movimento de privatização vem acontecendo no mundo todo, e os problemas recentes e constantes que os correios vêm enfrentando fazem com que as privatizações se tornem a melhor saída. A iniciativa privada deve gerenciar essa empresa de tamanho e importância monumental de maneira mais estratégica e responsável.
O Brasil vive uma crise fiscal, agravada pela pandemia, e que faz com que o país não tenha condições de ajudar e investir nas estatais que muitas vezes estão com os cofres quebrados. Para termos uma ideia, apenas em 2019, o governo gastou cerca de 20 bilhões de reais para manter as 18 estatais pertencentes à União, ou seja, essas organizações não geraram receita suficiente para se bancarem e se tornam um grande problema para o balanceamento de receitas do país.
Sem as travas estatais, os correios serão mais eficientes, não sofreram desgastes com interferências políticas na administração e não sucumbirão à corrupção. A abertura do mercado e fim do monopólio irão trazer massivos investimentos e novos competidores para o ramo de transportes.
De maneira breve, já que isso será tema de um próximo artigo, acreditamos que a melhor maneira de privatizar os correios, seria a venda total da estatal, extinção do monopólio e o fim dos benefícios fiscais e de fiscalização que a ECT atualmente possui. Isso faria com que diversas empresas começassem a se especializar em nichos de transportes que atualmente só existem nos correios, como carta simples e pacotes como Sedex, por exemplo.
Guilherme Juliani, CEO da Flash Courier
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