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A infraestrutura das estradas para o pernoite de produtos perigosos


É difícil dizer qual o segredo para um serviço de excelência. Cada empresa possui as suas particularidades e suas formas distintas de administrar. Nós que trabalhamos no transporte rodoviário percebemos essas diferenças o tempo todo, principalmente quando nos reunimos em eventos para trocar experiências, ideias, percepções, acertos, dificuldades etc.


Durante esses encontros, uma coisa que mencionamos bastante é o fato de o Brasil possuir uma variedade muito grande de produtos comercializáveis, o que significa uma quantidade ainda maior de dados e de informações a serem produzidas e compiladas pela área de Logística para garantir que eles cheguem aos brasileiros. No caso dos produtos perigosos, o nível de detalhe é ainda maior. Não só existem os problemas que eles podem gerar pelo seu conteúdo tóxico, inflamável ou radioativo, mas também há o fato de eles terem um alto valor agregado, tornando-os atrativos aos olhares de quadrilhas e de grupos criminosos.


Cuidar dessas e de outras questões é função do setor de Gerenciamento de Risco (GR) de uma transportadora. Os responsáveis por essa área têm uma série de questões para analisar antes mesmo do caminhão sair da estrada. São horas de trabalho diário avaliando a disponibilidade de recursos, programando equipamentos, certificando-se de que os motoristas estão preparados, tanto fisicamente quanto mentalmente, para assumir o volante.


Entretanto, infelizmente, nem tudo é responsabilidade nossa. O Brasil ainda tem uma qualidade ruim em suas estradas, e bons pontos de parada e de descanso estão cada vez mais difíceis de se encontrar. Levantamento realizado em 2021 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou que 61,8% da malha rodoviária brasileira é classificada pelos transportadores como regular, ruim ou péssimo, sendo que 91% dessas estradas são públicas.


Temos também o fato de a vida dos caminhoneiros serem, por si só, muito estressantes, ainda mais no caso dos autônomos. E uma rotina tensa pode gerar problemas de dependência química, ansiedade e aumentar o sono durante o trabalho. A situação ainda pode gerar consequências à vida de terceiros. Só para ilustrar, estudos do “Securité Routiére”, órgão francês de segurança rodoviária, mostram que um em cada três acidentes fatais nas rodovias estão associados à sonolência.


Para as mulheres, o caso é ainda mais complicado, devido ao preconceito de gênero embutido nas relações sociais. Caminhoneiras, apesar de serem minoria, em muitos casos, sentem-se desconfortáveis por não terem a sua privacidade garantida, seja nos postos, pousadas ou qualquer ponto de parada existente. Essa insegurança sobre a medo em ser assediada, acumulada a outros problemas pessoais e profissionais, pode gerar casos graves de problemas psicológicos. Isso porque estou falando da antecipação de uma situação possível, imaginem quando algo de fato ocorre...


É dever do GR, independentemente do quão ruim for a situação fora da empresa, certificar-se de que os nossos (as) colaboradores (as) estão recebendo a atenção e a infraestrutura adequada para estarem e se sentirem seguros. Precisamos estar muito atentos ao cumprimento das horas de descanso estabelecidas na Lei do Caminhoneiro, fazer uma pesquisa extensa sobre os melhores locais de parada para banho, alimentação, descanso e segurança, procurar quais os postos disponíveis, checar se há áreas com falhas ou buracos, como está a temperatura da região de destino, entre muitas outras variáveis.


A tecnologia é a nossa principal aliada para evitar essas questões, afinal, temos disponíveis a nosso conhecimento; e no caso da Zorzin, na própria empresa, softwares de telemetria, de controle de jornada, câmeras de fadiga e de calor para estarmos atentos a qualquer problema que possa ocorrer durante o percurso. Os sistemas de rastreamento e de fiscalização nos ajudam muito, pois aumentam a nossa capacidade de gerenciar mercadorias de composição prejudicial em pontos distantes e variados. Dessa forma, podemos manter o padrão de qualidade ao qual a Zorzin Logística se orgulha de ter durante os seus mais de 50 anos.


Gislaine Zorzin, diretora admnistrativa de novos negócios na Zorzin Logística

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