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As pesquisas como ferramenta de atuação das entidades de classe


Quantas pesquisas você costuma responder? Desde aquelas recebidas dos restaurantes que você frequenta, das lojas que você compra, dos hospitais que você utiliza ou mesmo das entidades de classe da qual você pertence?


Pois é, essa é uma questão de extrema importância para todas estas partes acima mencionadas e tantas outras que, como você, empresário, quer melhorar sua atividade e sua prestação de serviço ou seu produto a cada dia, para atrair e reter seus clientes. E se todos queremos a mesma coisa, por que não colaboramos para que isso de fato aconteça?


É uma questão cultural, infelizmente. As pessoas, notadamente os brasileiros, não gostam de responder pesquisas de satisfação, entretanto, gostam de “reclamar”. Ou seja, gostamos de colocar sempre nossos “direitos” acima dos nossos “deveres” e esse ciclo vicioso nos impede de melhorar e alcançar os resultados que tanto almejamos.


Para me ajudar com o tema deste artigo, convidei Fernando Zingler, diretor executivo do Instituto Paulista do Transporte de Cargas – IPTC e Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística, dois experts em pesquisa dentro das entidades em que atuo.


Segundo Lauro, o Brasil como um todo é um país carente de dados, e por conta disso, até hoje não sabemos qual é a participação do TRC na matriz de transporte. Os números divulgados são estimativas, alguns falam em 55%, outros em 60% e outros ainda chegam a afirmar que ele representa 65%. “Esta situação complica bastante, principalmente quando o setor pleiteia alguma coisa junto ao Governo, pois, é difícil mostrar a importância e capacidade do setor. Para auxiliar e diminuir um pouco esta deficiência as entidades fazem pesquisas junto às empresas associadas a ela ou não”.


Nas entidades de classe, uma das formas mais legítimas e eficazes de organização da sociedade, mas que o empresário pouco valoriza, enfrenta-se um grande desafio de conseguir levantar dados através das pesquisas estruturadas para diversos fins. E o setor sofre muito com isso, visto que, para que as demandas levantadas e sugeridas pelos representados sejam ouvidas e levadas à sério pelos órgãos governamentais, devem estar acompanhadas de informações e dados capazes de sustentar de maneira fidedigna àquilo que se pretende.


De acordo com Fernando, existem diversos tipos de pesquisas, das mais básicas às mais complexas, e cada qual tem sua finalidade. “Algumas pesquisas tem como objetivo explorar um tema, buscando se saber mais sobre a questão a fim de se tomar decisões baseado no entendimento sobre o tópico (chamadas pesquisas exploratórias); outras pesquisas são de caráter descritivo, onde queremos descrever um cenário ou caracterizar como funciona um processo, ou ainda como se comporta uma população (pesquisas descritivas); por fim existem pesquisas cujo único objetivo é explicar o porquê das coisas serem como elas são, onde a coleta de informações é orientada a entender a raiz e a causa dos problemas propostos”.


Não vamos ser redundantes aqui em dizer sobre o valor que os dados têm na sociedade atual. Sem eles, não conseguimos fazer nenhum levantamento, análise, projeção, previsão, nada. Agimos no escuro, sob o risco de não estar atendendo de modo efetivo aos anseios daquele que representamos. Do contrário, se tivermos alta aderência, estes dados gerados em uma pesquisa geram conhecimento, que por fim, geram ações mais efetivas e assertivas.

A participação do empresário nas entidades de classe é tão crucial para seu negócio que deve ser ponto levado em consideração em toda análise para elaboração de planejamento estratégico, não só como uma oportunidade, mas também como uma força interna da empresa atuante. O empresário que atua e colabora com as demandas de sua entidade está sempre à frente, munido de informações e relacionamentos capazes de fazer a diferença no dia a dia do seu negócio e em momentos de crise.


Se você brasileiro, cidadão, empresário quer ser ouvido, quer que sua demanda, suas queixas, suas sugestões cheguem a quem de direito, faça sua parte e responda as pesquisas que chegam até você. Somente assim estaremos ajudando a construir uma sociedade melhor, cada um fazendo sua parte e colaborando efetivamente para que cada ente consiga exercer de modo pleno suas responsabilidades e prerrogativas, de modo que atinja nossas expectativas.


Ana Jarrouge, Presidente Executiva do SETCESP

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