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Escalada do preço do diesel para o TRC: uma perspectiva distinta sobre o assunto



O diesel é componente fundamental dos custos do transporte de cargas e deve ser acompanhado diariamente pelos gestores. Sua política de preços praticada pela Petrobras leva em consideração o mercado interno e o externo, uma vez que dependemos do mercado externo para algumas importações e do mercado interno para regular o preço ofertado no mercado, ou seja, o comportamento do valor do diesel não é diferente de outras commodities.


Infelizmente, devido às medidas dos governos passados que retiveram artificialmente o preço de venda, bem como aos escândalos envolvendo a Petrobras, o preço do diesel sofreu uma grande pressão voltada ao aumento, para equalizar seu preço ao praticado pelo mercado internacional.


A política de preço afeta diretamente os transportadores, visto que o cenário de aumentos constantes no custo é de fato muito prejudicial ao transportador e acarreta em dificuldades para repassar esse valor aos clientes, que normalmente são grandes embarcadores.


Uma possível sugestão seria o repasse mais espaçado dos preços, permitindo assim previsibilidade nas ocorrências de aumento. Contudo, os transportadores também podem contribuir para melhorar o repasse aos embarcadores, adicionando cláusulas contratuais, prevendo gatilhos para reajuste no frete atrelados ao preço do diesel, realizando cálculo mais apurado e assertivo no valor do frete a ser cobrado e, o mais importante, não cobrar um preço para se trabalhar no prejuízo.


Porém, sabemos que o mercado não trabalha desta forma, principalmente o de transporte, que conta com players de diversos portes, desde o autônomo aos grandes frotistas. Esta diversidade provoca uma briga pela redução de preços, prato cheio para embarcadores que desejam aumentar suas margens às custas do transporte. Alguns autônomos (e até mesmo grandes transportadores) ainda acreditam que o frete é baseado somente no preço do óleo diesel, como era na época do meu avô, que fazia a seguinte conta: frete – diesel = lucro.


Fica claro que a conta acima está totalmente incorreta, dado que hoje o mercado exige cada vez mais investimento em segurança, tecnologia e qualidade. Para sobreviver nesse caos, os transportadores profissionais buscam cada vez mais eficiência de suas operações, diminuição no consumo de combustível, investimento em tecnologia para redução de custos e, principalmente, diálogo constante com seus clientes. Porém, todo este trabalho exige um caixa reforçado capaz de suportar as inconstâncias do mercado.


Logicamente a redução da carga tributária dos combustíveis é bem-vinda, já que contribuirá de maneira significativa na queda de custo, mas, de fato, não é a solução definitiva. Acredita-se que com uma cadência maior nos reajustes, aliada a uma profissionalização do transporte, com empresas e autônomos mais capacitados em relação aos custos da atividade, possa ser a via de escape da crise que vivemos.


O setor de transporte, que representa parte importante da cadeia produtiva, precisa ser mais aplicado e proveitoso. Parte fundamental desse processo é a união e a profissionalização.


Antonio Lodi, Diretor Financeiro na Transportadora Andrade

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