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O início da safra de soja e as expectativas para o agronegócio em 2022


Foto: divulgação


A safra de soja começou em todo o Brasil neste começo de janeiro. Com ela, vem a responsabilidade, por parte dos agricultores brasileiros, em valorizar a nossa principal commodity e continuar com a tradição de bons resultados que temos com esse grão. Somos os principais produtores e exportadores de soja no mundo, seguido dos Estados Unidos e da Argentina, e, segundo os dados publicados pelo Conselho Nacional de Abastecimento (Conab), continuaremos nesta posição.


Relatório divulgado pela instituição, na última terça-feira (11), mostra que tivemos um total de 284,4 milhões de toneladas na colheita geral de 2021/2022 - aumento de 11,5% em comparação com a temporada anterior e 3,8% de expansão na quantidade de áreas plantadas. É menos do que o esperado pelo Ministério da Agricultura e pela Conab. Ambos projetavam que o país chegaria a 300 milhões de toneladas até o final de março.


De qualquer forma, os números alcançados são motivos para comemorarmos. Nos últimos meses, passamos por imprevistos com o clima que poderiam ter diminuído ainda mais a nossa produção. As mudanças inesperadas geradas pelo aquecimento global estão trazendo períodos de seca e de chuvas bem acentuados. O produto que mais sentiu essa variação foi o milho. Sobretudo na região Sul, a safra dele será de 24,7 milhões de toneladas, 5 milhões a menos do que a estimativa inicial do Conab.


Entretanto, o sucesso de outras culturas, como, além da soja, o trigo, o algodão e o feijão nos mantém na posição de destaque no mercado internacional de grãos e gerando empregos aos brasileiros. Tivemos recordes de exportações na temporada 2021/2022, cujas previsões do Conab para essa cultura chegaram a 89 milhões de toneladas. Esse resultado se deu, principalmente, por influência do consumo da China e de outros países que retomaram as suas economias conforme as suas populações se vacinavam.


Uma das minhas satisfações como empresário foi poder participar e observar esse cenário. Ao conversar com os nossos clientes e prestar atenção em nossos armazéns e planilhas de controle de atividades, percebi que os estoques estavam sempre cheios, e a demanda por operações nos portos da região Sul aumentaram consideravelmente. Tivemos muitos compromissos com exportações, e o consumo doméstico não ficou para trás. As indústrias nacionais precisaram de grãos para sustentar as suas atividades e fazer com que a economia brasileira não parasse de produzir e levar alimentos durante e no pós-pandemia.


Desafios e soluções


Embora os bons resultados com o agronegócio, no ano passado, tenham sido excelentes para nós e para os nossos clientes, eles vieram acompanhados de uma explosão no frete. Para reverter essa situação, tivemos que encontrar formas inteligentes de reduzir ao máximo esses efeitos. Foi uma tarefa difícil, pois fizemos isso enquanto o Brasil passava por um crescimento sucessivo nos preços dos combustíveis, assim como no valor das máquinas, dos pneus, das peças de reposição e da renovação da frota. Sem falar das já conhecidas barreiras jurídicas e burocráticas com a tributação estadual e federal.


Para contornar essa situação, buscamos estar atualizados das principais mudanças e inovações no TRC. Nesse sentido, acompanhamos e estivemos atentos ao que surgia no segmento e encontramos as melhores ideias na área de tecnologia. Por isso, fizemos um trabalho dedicado a encontrar qual delas poderiam, não só melhorar o serviço da Rodovico Transportes, mas também destacá-la em relação às demais transportadoras.


Alcançar essa posição de referência também demandou uma análise apurada do funcionamento do mercado naquele momento. A 44ª edição do Webshoppers, relatório da consultoria Ebit l Nielsen, constou que o e-commerce chegou ao R$ 53,4 bilhões, no primeiro semestre de 2021, um aumento de 31% em relação ao mesmo período no ano anterior. O comércio eletrônico tem crescido a cada semestre.


Precisei me adaptar à direção em que os consumidores estão apontando e achar, o quanto antes, a solução para os meus problemas. No mês de outubro, implementei um sistema inédito e disruptivo de marketplace para a oferta e a demanda de cargas agrícolas, o Tmov app. Apesar de ser um entusiasta dos aplicativos de celular desde a minha entrada nas operações da Rodovico, em 2011, nunca tinha encontrado algo semelhante em termos de praticidade e de redução nas etapas de negócio.


Com ele, podemos ser mais assertivos na procura por motoristas, calcular rotas, prever acidentes e emitir, em poucos minutos, a documentação obrigatória para a prestação de serviços com os profissionais autônomos. Esses elementos, somados a outras tecnologias, as quais abordarei no próximo artigo, na minha concepção, levaram o agronegócio a outros patamares. Se, há algumas décadas atrás, o agro era visto como um meio conservador e avesso a mudanças, agora, temos um verdadeiro arsenal de técnicas que o moderniza e nos deixa alinhados ao que é praticado em outras economias desenvolvidas.


Minha perspectiva sobre este semestre


Quem me conhece sabe que sempre gosto de dizer que não é difícil mostrar a importância do agro, afinal, a relevância dele pode ser vista na rotina de qualquer brasileiro. Quando sentamos à mesa com os nossos familiares ou amigos, para uma refeição, sempre haverá um pão, ou um macarrão, o feijão com arroz, ou até mesmo uma cerveja no final de semana.


E o transporte rodoviário de cargas desempenha um papel essencial para aumentar a produtividade e a eficiência desse e de qualquer nicho de mercado. Quando olhamos para a história, vemos que os momentos em que o setor de logística foi mais utilizado foram justamente nos tempos de guerra, e na pandemia não poderia ser diferente.


Como procurei mostrar neste artigo, a relação entre o agronegócio e o TRC trouxe ótimos resultados em 2021, promovendo um desenvolvimento mútuo entre os dois. Se as projeções e dados publicados pelo Conab se manterem, é de se esperar a permanência desse cenário, embora tenhamos que enfrentar durante o ano alguns desafios com o clima na região Sul.


Porém, se temos a capacidade de pensar em soluções tão geniais, como a digitalização dos processos humanos através dos aplicativos, da inteligência artificial, do big data e dos sistemas de rastreamento, e arranjar uma forma de inseri-los em um mercado que, antes, poucos associavam com a modernização, então significa que estamos no caminho certo para fazer como que essas e outras crises sejam apenas uma situação passageira.


Diego Nazari, Diretor de desenvolvimento de negócios da Rodovico Transportes

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