Não me recordo de vivermos em um momento tão propício e tão cheio de oportunidades para que as entidades de classe demonstrem sua importância para seus representados.
Momentos de crise levam as pessoas ao extremo e é exatamente neste contexto que aqueles cujo objetivo estatutário é defender os interesses de alguma classe, seja ela patronal ou trabalhadora, devem mostrar porque foram eleitos e porque ocupam aqueles lugares.
Fazer parte de uma entidade deve ir além de objetivos pessoais, obviamente, deve ser para pessoas obstinadas e com conceito de coletividade, posto que, ali, busca-se soluções conjuntas, que sirvam a todos.
Não há mais espaço, se é que havia antes, para objetivos pessoais ou mesmo para objetivos puramente financeiros sem contrapartidas. Entidades não se prestam para servir de palanque, nem para servir a fulano ou beltrano, mas sim para servir uma coletividade, os seus representados, de forma justa e igualitária.
Uma crise como essa, totalmente atípica, oferece oportunidade para que as entidades se aproximem ainda mais de quem já era associado e possibilita atrair os que ainda não eram, visto que a mesma pode atuar de forma rápida, assertiva, transparente e técnica, munindo os seus representados de informações em tempo real, para que, em nosso caso, as empresas possam tomar as melhores decisões, diante do leque de possibilidades que tomaram amplo e detalhado conhecimento.
É nosso papel nunca desistir dos nossos representados e estar cada dia mais perto deles, fazendo-os enxergar o quanto é importante participar ativamente de uma entidade de classe.
Essa crise, de modo peculiar, está nos trazendo valiosas lições sobre coletividade, sobre como é vital para nossa sobrevivência e de nossas empresas, estarmos unidos e compartilhando informações, ideias, problemas, soluções, negócios, infraestrutura, e uma infinidade de coisas que juntos temos a capacidade de fazer mais com menos.
Aos líderes sindicais, aproveitem este momento ímpar, mostrem porque ocupam suas cadeiras, a motivação que os levou a estar nesta condição, junto com sua Diretoria, e encham seus representados de orgulho, para que os mesmos se sintam amparados e saibam que têm sempre alguém pensando por eles. Assim que deve ser. Nisso que eu acredito.
Qualquer tentativa espúria em sentido contrário, ou seja, de se aproveitar o momento, criando condições, dificuldades e exigir, mesmo que indiretamente, o pagamento de contribuições que hoje já não são mais obrigatórias, deve ser rechaçada, como infelizmente já temos visto divulgado nas mídias.
É hora de reconhecermos quem realmente nos defende, de forma séria, responsável e digna, razão pela qual parabenizo todas aquelas entidades que estão prestando um serviço de excelência, como sempre o fizeram, e que agora, mesmo diante de tamanha adversidade, mantiveram-se firmes e atuantes como nunca. Meus sinceros cumprimentos.
Ana Jarrouge, Presidente Executiva da SETCESP
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