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Os desafios das negociações coletivas durante a pandemia


Muita coisa mudou após a COVID-19. Nosso cotidiano, nossas relações pessoais e interpessoais e nossa comunicação. Dentro do mundo do trabalho, as relações sindicais também foram impactadas e estão enfrentando grandes desafios.


Os sindicatos, como todos bem sabem, tem uma missão muito importante, que é a de negociar entre si, normas que possam melhorar e regulamentar as condições de trabalho de determinada categoria profissional e econômica.


É fato que hoje, os sindicatos que apenas se limitam a esta atividade estão fadados ao fracasso e de serem completamente esquecidos por seus representados, mas, não tira dela a importância que merece e que, inclusive, deveria, a nosso ver, receber muito mais atenção e zelo por parte de toda sociedade, tanto do lado profissional (trabalhadores/empregados), quanto do lado empresarial, já que as assembleias em geral são pouquíssimo frequentadas por seus representados.


Entretanto, a pandemia trouxe uma oportunidade ao mundo do trabalho, que já estava há anos disponível, mas que veio a ser utilizada em larga escala de forma impositiva em razão das medidas restritivas e de segurança. Estamos aqui falando das reuniões realizadas por videoconferência. Elas se tornaram uma realidade e possibilitam a participação de um número muito maior de pessoas em reuniões, eventos, e porque não, em assembleias.

Usar de recursos tecnológicos ágeis que possam aproximar as pessoas, evitando que elas se desloquem desnecessariamente, pode mudar a realidade do mundo sindical e todos têm a ganhar.


No SETCESP, pela primeira vez realizamos nossa Assembleia pré negociações coletivas, formalidade exigida pela legislação vigente, de forma virtual e tivemos um público recorde. E a participação dos empresários fez toda diferença, aproximando os mesmos da entidade que os representa, fazendo com que a mesma se legitime cada vez mais em sua representação. Torcemos para que este seja um caminho sem volta.


No mesmo sentido, as reuniões de negociações com os sindicatos laborais iniciadas no mês de maio, que é mês da nossa data-base, também estão acontecendo via videoconferência e, mesmo diante de algumas poucas resistências, o que é absolutamente normal, seguem de forma objetiva, transparente e muito tranquilas. Ou seja, estamos seguramente iniciando um novo formato de negociações salariais, que garante agilidade e objetividade às partes.

A legislação certamente deverá acompanhar a realidade, mesmo que tardiamente, visto que assembleias realizadas de forma virtual estão de fato ocorrendo em diversos setores e convenções coletivas estão sendo negociadas normalmente.


A distância física não impediu que os sindicatos cumprissem seu papel mais importante dentro do contexto do mundo do trabalho.

O que se espera, com esta mudança, é que cada vez mais, os representados participem efetivamente de suas entidades de classe, pois elas dão voz e corpo às suas necessidades e reivindicações. Como sempre dissemos, a sociedade organizada por meio das entidades de classe pode alcançar as mudanças que tanto almeja, portanto, faça sua parte.


Ana Jarrouge, Presidente Executiva do SETCESP

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