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Os desafios de empreender no TRC


Empreender por si só já não é uma tarefa fácil, para permanecer no mercado e obter resultados duradouros, precisamos manter a mente aberta e estarmos preparados para lidar com quaisquer adversidades. Ainda que o setor de transporte rodoviário de cargas (TRC) venha apresentando certa queda no número de roubo de cargas, tenho observado que este é um problema persistente dentro das transportadoras, dificultando o nosso trabalho dia após dia.


No ano anterior o Brasil registrou 14.159 ocorrências de roubos de cargas, uma redução de 23% em relação à 2019, quando foram registrados 18.382 casos, de acordo com dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Apesar dessa queda, os prejuízos computados ao nosso setor somam aproximadamente R$1,2 bilhão. Este é um problema que não cabe ao empresário resolver, porém para mitigarmos essa questão acabamos fazendo muitos investimentos e ainda atrasando a operação.


Tenho acompanhado que para empreender no TRC, estamos cercados de dificuldades por todas as direções. Nos deparamos com problemas de um país de terceiro mundo: a inflação, gerando obstáculos nas negociações a longo prazo e ao mesmo tempo insegurança jurídica. Vejo que temos hoje, em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgando se é constitucional ou não uma lei de 2015 (Lei 13103/2015). Estamos com uma reforma tributária que deveria simplificar a vida de quem decide empreender, no entanto seguimos com os problemas que parecem ser incapazes de resolver.


Apesar dessas circunstâncias, tenho notado no Brasil uma tendência ao empreendedorismo. O Mapa das Empresas, divulgado pelo Ministério da Economia em setembro de 2020, apontou que na região sul do país foram abertas 199.286 empresas no segundo quadrimestre do ano anterior, ao passo que somente 65.213 foram fechadas nesse mesmo período, sendo 24.423 localizadas no Paraná.


Ainda assim, dentre as atividades econômicas mais exploradas pelas empresas em 2020 foi identificado o transporte rodoviário de cargas, que contou com mais 24.058 novas empresas no mercado no mesmo intervalo, correspondendo a um aumento de 19,8% em relação ao primeiro quadrimestre do ano.


Algumas mudanças parecem vir para melhorar a vida de quem trabalha no dia a dia do transporte, sendo elas uma nova lei que visa transformar o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e) em algo que de fato dispensa o uso de diversos documentos físicos ou impressos, acelerando a liberação de carga e descarga.


Acredito que poucas alterações, como digitalização, aceitar definitivamente documentos digitais em barreiras interestaduais, reduzir a necessidade de empresas de meio de pagamento e liberdade em pagar ou não o Vale Pedágio antecipadamente, poderiam auxiliar os empresários do setor de transporte.


Por fim, gostaria de ressaltar mais uma vez que investir em infraestrutura sempre é um retorno garantido para o país, auxiliando aqueles que desejam empreender no TRC. A infraestrutura quando bem aplicada permanece por muitos anos reduzindo custos, bem como gerando empregos deste seu projeto e execução.


Eduardo Ghelere, Diretor Executivo da Ghelere Transportes


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